Quando a história é o melhor remédio, ou não!

 

Doravante fatos pretéritos nem sempre servem de modelos para crises atuais.

Explico e não complico categoricamente.

Vivi na tenra infância a crucial realidade de um país em crise, mergulhado em desconfianças, altos índices de inflação, escândalos de corrupção, a década de 90 fervilhava e a República rodava como um pião em minhas mãos.

A dicotomia de um passado conturbado e um presente incerto se unem no mesmo barco da história pronto a naufragar pelas circunstâncias temporais que se repetem como uma película de horror.

Parece um paralelo de duas linhas opostas que se fundem numa só: a crise voltou e daí o que fazer?

Quando a história é o melhor remédio de dosagem amarga e nomenclatura indecifrável, o Impeachment é iminente e tudo vem à baila fazendo surtir efeitos colaterais não desejáveis.

Contudo a posologia da política nem sempre é dada em doses regradas, outros elementos circundam esta ciência, o interesse pelo poder a todo custo, ideologias das mais variadas e as temidas conseqüências vindouras.

No momento que o governo de plantão sofre ameaças oriundas de todos os lados, decrescente popularidade, punhaladas dos aliados, ameaças do Tribunal de Contas da União e tantas variantes, para onde iremos?

O povo no meio deste tiroteio de ataques e frases de efeito da oposição aspira por mudanças, mas seria o Impeachment a solução mágica para dirimir todos os problemas do país, ou não?

Respostas não caem do céu são produto de experimentação e como na política precisam ser construídas coletivamente tendo em vista sempre o bem comum.

Sociologicamente falando a democracia corresponde ao bem mais precioso de nosso povo, de nossa gente e sua complexidade perpassa a letra fria da lei buscando sentido no país real, na vida cotidiana, no Brasil profundo.

Indiscutivelmente o país real clama por melhorias, os índices da baixa qualidade da educação, a saúde caótica, a insegurança reinante, o aprofundamento do desemprego, a economia galopante e o dinheiro público esvaindo pelo ralo da corrupção dão o tom da crise.

O que nos cabe, entretanto é esperar os novos capítulos desta tragicomédia como espectadores passivos ou sujeitos ativos de nossa transformação, as cartas estão postas e as escolhas também!

Enfim é impensável entender de fato, quando a história é o melhor remédio, ou não!

*Artigo escrito por Carlos Ferreira da Silva, graduando do curso de Sociologia pela Universidade Paulista - Polo Patos-PB.