A República Federativa do Brasil vive nos últimos meses uma reviravolta nas entranhas do mundo político de forma incontestável e insustentável.
Dentre as expressões linguísticas e jurídicas que permeiam o noticiário jornalístico tem tomado destaque a figura da “Delação premiada” ou como dizemos no popular o chamado “Dedo duro”!
Quando éramos pequenos e cometíamos um delito ou infração do código social como, por exemplo, quebrávamos um vaso e tínhamos testemunhas oculares do fato logo surgia a personalidade do “dedo duro”.
Sim, o “dedo duro” era geralmente alguém que para escapar da culpabilidade tomava essa iniciativa de apontar com o dedo em riste, denunciando o preterido autor do erro e assim fugir da punição imposta.
Parece tão infantil se não fosse trágico depositarmos no delator a possibilidade de alvejar nossas instituições desfiguradas pela corrupção sendo que ele próprio se utilizou desta ferramenta para o cometimento de um rosário de crimes, é como que lavar com sabão sujo a roupa enlameada.
Sobretudo a “delação premiada” dá ao réu a possibilidade juridicamente de ter sua pena amenizada, revista ou mesmo diminuída trazendo à tona outros sujeitos, partícipes no cometimento do ilícito.
Contudo vale salientar que o instituto da “delação premiada” não retira do denunciado ou acusado a culpabilidade longe desta conclusão rasteira vemos um avanço nas investigações com o intuito de desvendar de forma célere uma rede interposta por diversos autores ou cúmplices do mesmo crime.
Logo, concluímos que se trata da “Institucionalização do Dedurismo”, pois sem usar desta possibilidade prevista no arcabouço jurídico e constitucional categoricamente muitos dos escândalos explicitados teriam adormecido impunemente no colo dos malfeitores da coisa pública.
Louvamos pelo advento da “Delação premiada” e repudiamos os “Delatores” por que não passam de criminosos travestidos de heróis.
Sociologicamente falando o instituto da “delação premiada” aparenta estar presente ao longo da história desde a figura mais emblemática do traidor de Jesus Cristo, o “Delator Judas Escariotes” até os “altos executivos ou diretores do Petrolão”.
*Artigo escrito por Carlos Ferreira da Silva, graduando do curso de Sociologia pela Universidade Paulista - Polo Patos-PB.